quarta-feira, 25 de maio de 2011

A carne vermelha faz mal à saúde?

                                                      


A carne vermelha (vaca, porco e carneiro) contém gordura saturada e
 colesterol. Porém, possui também nutrientes que são essenciais. É uma
fonte muito importante de proteínas, que constituem a “matéria-prima”
para a formação e renovação celular e são vitais para a defesa do
organismo. E ainda fornece minerais, como o zinco e o ferro, essencial
 para evitar anemias, e vitaminas, em especial do complexo B, como a
 vitamina B12, indispensável ao bom funcionamento do nosso organismo.
Os produtos de origem animal apresentam todas as vitaminas lipossolúveis
(A, D, E e K) e as hidrossolúveis do complexo B. O ferro presente na carne
 é absorvido com mais eficácia, sendo assimilado em cerca de 25%.
Além disto, é fundamental na formação da hemoglobina, pois precisa do ferro
para formar a molécula heme que se combina com uma cadeia polipeptídica
muito longa, denominada globina, sintetizada pelos ribossomos, formando a
subunidade de hemoglobina denominada cadeia hemogiobínica . Cada uma
 dessas cadeias possui peso molecular de cerca de 16.000; por sua vez, quatro
 delas ligam-se frouxamente entre si para formar a molécula completa de
 hemoglobina.
A deficiência da vitamina  B12 na dieta apresenta como primeiros sintomas
anemia megaloblástica e mudanças no sistema nervoso (dificuldade de locomoção e
expressão) que, se não socorridas a tempo, podem resultar em deterioração mental
e paralisia. Além de conter inúmeros nutrientes e possuir um alto valor nutricional, a
carne vermelha auxilia na recuperação muscular. Por ser composta por proteínas de
alto valor biológico, ou seja, que contêm todos os aminoácidos essenciais, é uma
ótima opção de alimento para os praticantes de atividade física.
Para tornar a carne vermelha mais saudável, escolha pedaços magros e retire
qualquer gordura extra antes de cozinhar.






Apesar das frutas e vegetais serem as fontes predominantes de antioxidantes,
as carnes também contêm uma série de componentes nutricionais que possuem
propriedades antioxidantes. A presença de antioxidantes nas carnes, como a carne
 bovina, pode ajudar a inibir a oxidação e os efeitos destrutivos de oxigênios reativos
 e de radicais livres, protegendo, desta forma, o valor nutritivo, e sabor e a cor das
carnes. Por exemplo, a vitamina E adia a oxidação de ácidos graxos poli-insaturados
nas membranas dos tecidos das carnes e a conversão da mioglobina (pigmento
vermelho) do músculo em metamioglobina (pigmento marrom). 



Propriedades antioxidantes relacionadas às carnes 


Apesar de a vitamina C, E e o ß-caroteno terem recebido a maior parte da atenção, 
existem outros componentes nutricionais com propriedades antioxidantes. Alguns 
exemplos nas carnes, além dos minerais antioxidantes, incluem carnosina, 
a glutationa, possivelmente o ácido linoléico conjugado (CLA) e um perfil de 
lipídios menos susceptível à oxidação. 

Carnosina. É um dipeptídeo natural (alanina e histidina) presente em grandes 
quantidades no músculo esquelético ( Tabela 1). Em geral, o teor de carnosina 
é afetado pelo tipo de músculo, com o músculo branco sendo um pouco mais
rico em carnosina do que o músculo escuro. 


Tabela 1. Teor de carnosina no músculo esquelético1 







1Adaptado de Chan and Decker.

Como a carnosina é absorvida para dentro do plasma intacta, é um potencial

antioxidante dietético. A carnosina mostrou ser capaz de inibir a oxidação de lipídios
devido ao ferro, à hemoglobina, à lipoxidase e à partícula isolada de oxigênio in vitro.
Como a carnosina reduz o aprodecimento oxidativo, pode ser usada como um
antioxidante natural em alimentos de músculos.

Sugeriu-se que o mecanismo antioxidante da carnosina ocorre devido à combinação

de sua capacidade de agir como um metal quelante, removedor de radicais livres e
doador de hidrogênio . Uma vez que a carnosina é hidrossolúvel, pode inativar
a oxidação delipídios e os radicais livres na fase aquosa do músculo.O efeito
antioxidante da carnosina pode ser influenciado pela vitamina E.  A 
carnosina tem demonstrado fornecer proteção contra danos oxidativos quando a
 vitamina E é deficiente . Entretanto, não foram notadas melhoras neste processo
 quando a vitamina E estava adequada. A carnosina pode, ainda, reagir
com produtos secundários da oxidação de lipídios ao invés de agir como um
removedor primário de radicais livres. 
Glutationa (GSH). É um tripeptídeo (glutamina, cisteína e glicina) encontrado nas
 células de mamíferos e tem um importante papel na detoxificação e catálise de reações
para antioxidação de espécies de oxigênio reativo e radicais livres. A GSH é um co-fator
para a GSH peroxidase, uma enzima antioxidante bem estabelecida que é ativa somente
na presença da GSH. Ao fornecer a GSH e o selênio, a carne bovina beneficia essa via enzimática. Vários trabalhos estão sendo feitos para esclarecer a inter-relação entre a
GSH do tecido, nutrição e estresse oxidativo. 

A GSH está presente em quantidades relativamente grandes em carnes frescas como
carne bovina (Tabela 2). A maioria das carnes contém aproximadamente duas vezes a
 GSH encontrada nos frangos e de duas a 10 vezes a quantidade presente nos peixes.
As frutas e os vegetais contêm níveis de moderado a alto de GSH, enquanto os produtos
lácteos, cereais e pães contêm baixa quantidade de GSH. Acredita-se que a GSH age
para estabilizar os radicais livres e também se combina com toxinas lipossolúveis para
 formar substâncias hidrossolúveis que são facilmente excretadas pela urina. 

Tabela 2. Teor de glutationa em carnes vermelhas, de frango e peixes 1 







Ácido linoléico conjugado (CLA). Está presente nos produtos de carne e tem
demonstrado ter atividade antioxidante in vitro e in vivo . O CLA dietético diminui o
acúmulo de ácidos graxos saturados nas membranas celulares. Por conter
menores quantidades de ácidos graxos insaturados, essas membranas ficam
menos susceptíveis à oxidação e, desta forma, têm menor potencial de causar
danos oxidativos aos componentes celulares. As informações de que os derivativos
oxidáveis do colesterol e as lipoproteínas de baixa densidade (LDL) oxidáveis têm
propriedades aterogênicas levaram a estudos para ver se as possíveis propriedades antioxidantes do CLA podem influenciar a aterosclerose. 

Em coelhos, o CLA a níveis dietéticos de apenas 0,1% inibiu o estabelecimento da

aterosclerose e, em níveis maiores (1%), causou regressão da aterosclerose
estabelecida. Em hamsters com alto nível de colesterol, o CLA reduziu o
desenvolvimento de aterosclerose da aorta próxima, possivelmente pelo
 decréscimo da susceptibilidade de oxidação do LDL. 


Fonte: http://www.vivabem.pt/nm_quemsomos.php?id=119
           http://www.terraviva.agr.br/produto/produto_detalhes.asp?   tl=0&pID=12&cID=1&sID=22&tb=154.
            http://www.rgnutri.com.br/sqv/saud/cvmv.php                                                                                  
http://www.beefpoint.com.br/cadeia-produtiva/carne-saude/propriedades-antioxidantes-das-carnes-21382n.aspx
 Decker, E.A.; Faustman, C.; Lopez-Bote, C.J. (Eds). Antioxidants in Muscle Foods. Nutritional Strategies to Improve Quality. New York: John Wiley & Sons, Inc.; 2000. 


                                                                                                                            Naara Souza1Adaptado de Jones, D.P. et al.








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